jan 21, 2015 Notícias
O reitor da USP Marco Antônio Zago colocou em pauta a discussão sobre trabalho comunitário para ex-alunos. Segundo a proposta, os formandos da Universidade deveriam dar uma contrapartida para a sociedade em serviços comunitários por terem estudado em instituição pública.
A sugestão foi feita em reunião do Conselho Universitário da USP em novembro, mas divulgada apenas recentemente. O momento agora é de avaliar mudanças no estatuto. Zago vê o trabalho comunitário para ex-alunos da USP como o início da análise dos aspectos de financiamento e de gestão, trabalhando para concretizar mudanças e um novo pacto com a sociedade.
Segundo a ata, não há intenção de cobrar pagamento financeiro por parte dos alunos mais abastados, mas a compensação em trabalhos para uma sociedade que de fato contribui para a educação dos formandos é justa. Além de tudo, o trabalho comunitário para ex-alunos garantiria mais uma vantagem competitiva na vida profissional.
O reitor lembrou que a universidade recebe R$ 47 mil por ano do Estado para cada aluno, e que é preciso pensar sobre como atender melhor a sociedade. O trabalho comunitário para ex-alunos seria uma forma de suprir parte da carência da população com o conhecimento dos 7.500 estudantes formados anualmente pela USP de forma gratuita.
Contrapartidas para formados em universidades públicas tem sido discutidas amplamente. O trabalho comunitário para ex-alunos por prazo determinado ou pagamento de imposto mais alto por alunos de universidades públicas tramitam inclusive no Congresso.
Com a hipótese levantada, surgem dúvidas sobre se o trabalho comunitário para ex-alunos ficaria restrito ao ramo de atuação do formando, quem seria responsável pela fiscalização e o que aconteceria em caso de recusa ou abandono.