Os painéis de lambe-lambe que você poderá ver expostos até o dia 10 junho na Praça Benedito Calixto compõem o Projeto Ouro Branco. Criados pelo grafiteiro pernambucano Derlon Almeida, os desenhos foram fotografados pelo argentino Pablo Saborido para ganharem mobilidade e integrarem uma exposição internacional.
Feitos sob encomenda da marca de tênis Vert, os grafites são um retrato da vida simples dos moradores de Choró. Neste município do Sertão Central do Ceará, agricultores cultivam ‘algodão agroecológico’ para a produção de tênis. A agroecologia é mais do que uma prática ecologicamente sustentável, ela envolve também uma agricultura familiar socialmente justa e economicamente viável. Em contratos de longo prazo, a matéria prima é comprada por um preço 65% superior ao do mercado. Valor obtido graças a redução de intermediários no processo. A Vert, por meio deste comportamento altamente responsável, garante a 700 famílias uma vida mais segura. Com tudo isso fica fácil entender porque a iniciativa chama-se Projeto Ouro Branco.
A arte de Derlon remete a xilogravuras de temática popular, muito comuns na literatura de cordel tradicional da região. As histórias são de conquista, resistência e da esperança de um povo que luta para ser digno. O grafiteiro retrata a construção das primeiras moradias e das cacimbas para extrair água do semiárido nordestino. Nos muros das casas dos agricultores, o Projeto Ouro Branco pintou o aprendizado da agroecologia, a conquista de uma vida digna e a chegada das escolas na região.
Os próximos passos do Projeto Ouro Branco são uma escala no Rio de Janeito e de lá para Paris. A exposição na França está solicitando auxílio financeiro através de uma campanha de crowdfuning. Derlon Almeida deve ainda assinar uma coleção de tênis da Vert, concretizando o Projeto Ouro Branco.
Serviço exposição Projeto Ouro Branco:
Até dia 10 de junho na Praça Benedito Calixto, Pinheiros – entrada franca