jul 01, 2014 Comportamento
A empresas K-Hole (Nova Iorque) e Box 1824 (São Paulo), ambas caçadoras de tendências, identificaram um novo comportamento que surge como alternativa à necessidade constante de “pertencer”. Chamado de normcore, o perfil identificado consiste em um trabalho de adaptação ininterrupto realizado por alguns jovem para serem aceitos nos mais diversos ambientes como integrantes natos.
A tendência parte de uma teoria que tinha como preceito básico a busca pela individualidade dentro de um ambiente padronizado. Ser normcore é desenvolver o movimento contrário. Tornar-se padrão mediante os mais variados ambientes. Integrar-se de forma invisível.
Segundo Sean Monahan, “fundamentalmente, nós da K-Hole pensávamos que as pessoas nasciam em comunidades e jogavam-se ao mundo em busca de sua individualidade. Hoje, nós entendemos que as pessoas nascem dentro de uma individualidade e tentam encontrar suas comunidades”.
O termo foi deturpado pela NYMag, publicação de moda do The New York Times, que interpretou o conceito como um comportamento desleixado de vestir. Normcore não tem nada a ver com roupas, tem a ver com personalidade. A ideia é de que o indivíduo adapte-se à situação em que se encontra e abrace o comportamento considerado normal para aquele ambiente. Para sentir-se confortável e ser bem-vindo em todos os grupos, uma pessoa pode usar terno e gravata no trabalho e dançar ao som de música eletrônica com jeans e all-star à noite.
Normcore representa a fluidez de identidade que está imergindo na cultura jovem, uma tendência de abandonar aquela individualidade consistente para integrar-se com maior facilidade. Normcore pode ser resumido em empatia e conectividade, significa que você realiza qualquer atividade com naturalidade, como se você agisse assim o tempo todo.
Normcore não significa ser normal, pois “não é normal ser normal se você está sendo normal para aderir a um conceito de ser normal”.