Todas as semanas o Movimento Elefantes oferece aos paulistanos a oportunidade de ver no mínimo duas big bands ao vivo. Às segundas na Central das Artes e no meio da semana no Teatro da Vila. Fundado em 2009, o Movimento agrega mais de 150 músicos que desenvolvem uma estratégia colaborativa para difundir a música instrumental.
As big bands foram muito populares entre os anos 20 e os anos 50, a chamada época de ouro do Swing, que animava os bailes da época. Fundamentadas no Jazz, os grupos geralmente contêm de 12 a 25 músicos que formam quatro naipes de instrumentos: os saxofones, os trompetes, os trombones e a base harmônica que é sustentada por piano, guitarra, baixo e bateria. As big bands são conjuntos instrumentais cujo destaque são os metais. Durante as apresentações sempre acontecem solos e improvisações, tudo guiado pelo “líder da banda”, que na maioria das vezes é o 1º trompetista. A partir do meio do século passado, as big bands também acompanharam cantores como Frank Sinatra e Phill Collins.
O estilo teve alguma popularidade no Brasil nos anos 60. Roberto Carlos, por exemplo, é acompanhado por uma big band até hoje. Mas de forma geral este tipo de formação instrumental perdeu a força ao longo dos anos. O objetivo do Movimento Elefantes é associar as big bands de São Paulo para que juntas seja possível promover com maior facilidade tanto os grupos que ainda mantêm o estilo vivo, quanto a música instrumental em geral.
A iniciativa é inédita no Brasil. Um coletivo de bandas similares que apoiam-se para divulgar determinado tipo de som é uma ideia inovadora e que vai de encontro ao mercado musical selvagem em que cada grupo luta sozinho por seu espaço. O reconhecimento dessa originalidade veio com o ‘Prêmio Economia Criativa’ na categoria ‘Gestão de Empreendimentos’ concedido ao Movimento Elefantes em 2012 pelo Ministério da Cultura.
As big bands do Movimento Elefantes possuem ainda a originalidade de trabalhar com músicas autorais, sem deixar de interpretar compositores brasileiros, latinos e de jazz. A formação instrumental parecida de cada grupo não impede a sonoridade particular de um coletivo que abriga conjuntos com quase 40 anos de história.
Com a produção do DVDê e do CDê, o Movimento Elefantes tornou físico o trabalho de democratização da música instrumental. O coletivo incentiva a cópia dos registros com a adição do pequeno “ê” formando a palavra “dê”, ou seja: ouça, copie e passe adiante.
Serviço Movimento Elefantes:
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