Depois de três anos governo chinês dá fim ao lobby que proibia o atracamento de meganavios da Vale no país. Barrados por serem uma ameaça aos armadores chineses, os navios de grande porte Valemax voltam a interessar no momento em que o país busca aumentar seu estoque de minério de ferro.
Com a indústria em crescimento e o preço da commodity em queda, a China volta a permitir que os meganavios da Vale sejam utilizados pela mineradora brasileira. As embarcações gigantes suportam até 400 mil toneladas de carga e são os maiores navios mineradores do mundo, o que permite elevar a entrada do produto no país e ao mesmo reduzir os custos de logística da empresa. Até o ano passado o limite de peso para atracar na China era de 350 mil toneladas.
Dividindo a liderança de exportadora de minério de ferro para China com a Austrália, a Vale quer aumentar tanto em escala quanto em produtividade para melhorar a margem de lucro após a queda de quase 50% nos preços do produto. Às 160 milhões de toneladas exportadas em 2014 devem somar-se outras 20 milhões, sendo que com a possibilidade de utilizar os meganavios da Vale, o gasto em transporte será reduzido devido ao número menor de viagens.
O acordo feito com a estatal Cosco (China Ocean Shipping Company), inclui a venda de quatro Valemax a serem alugados por 25 anos pela Vale e a construção de dez novos meganavios pela empresa chinesa que também será utilizados pela mineradora. A organização brasileira também negocia acordo similar com outra empresa, a China Merchants.
Com 362 metros de extensão, os Valemax foram projetados para navegar por 30 anos. Seu comprimento equivale a 26 carros populares enfileirados e sua largura a três campos de futebol. A hélice que impulsiona os maganavios da Vale tem 10,3 metros de diâmetro, o que garante uma velocidade média de 15 nós ou 28 km/h, ou ainda 45 dias do Brasil até a China.