Exposição de Jean-Michel Basquiat, da Coleção Mugrabi, em São Paulo

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Obra de Jean-Michel Basquiat
Obra de Jean-Michel Basquiat

Os três andares do CCBB de São Paulo abrigam a primeira exposição retrospectiva (Coleção Mugrabi) do prolífico artista nova-iorquino Jean-Michel Basquiat no Brasil. Tida como uma forte e emblemática representação do “street art” de Nova Iorque nos 70 e 80, a mostra já está aberta à visitação, das 9h às 21h, e se estende até o dia 7 de abril.

Com quadros que, atualmente, chegam a valer mais de US$ 100 milhões, Basquiat é autor de um acervo de obras que vão de colagens e grafites até pintura, sempre com traços icônicos que se assemelham a desenhos infantis. Além disso, é marcado como o primeiro artista afrodescendente a conquistar espaço e visibilidade no nicho predominantemente caucasiano das galerias de arte.

A mostra Mugrabi é a maior do mundo quando se trata de Basquiat e este riquíssimo acervo é do israelense Jose Mugrabi, que conheceu o artista quando este trabalhava junto a Andy Warhol, outro célebre artista plástico nova-iorquino. Nela há telas, desenhos gravuras que presentam uma retrospectiva da produção do estadunidense.

Com aproximadamente 2000 peças produzidas, das que estão no CCBB, destacam-se Untitled (Yellow Tar and Feathers) e Untitled (Hand Anatomy), uma das primeiras de sua carreira. Além disso, há quatro obras de Andy Warhol. Voltando a Basquiat, outra ênfase importante são pratos que ele pintou homenageando artistas que admirava como Pasolini, Picasso, Dalí e seu parceiro e amigo Warhol.

Inédita exposição de Jean-Michel Basquiat em São Paulo
Basquiat. Foto: Roland Hagenberg

A Carreira de Basquiat

Nascido e criado em Nova Iorque, Jean-Michel Basquiat foi um artista plástico que se popularizou previamente como um grafiteiro até virar um neoexpressionista. Com ascendência porto-riquenha pela parte materna e haitiana paterna, desde cedo se interessou e mostrou aptidão por arte, sendo bastante influenciado pela mãe. Aos 17 anos começou a fazer grafites em construções abandonadas de Manhattan, já com uma assinatura frequente, “SAMO” ou “SAMO shit”. Estas assinaturas chamaram atenção das pessoas, até que em dezembro de 1978 o veículo Village Voice publicou um artigo sobre os grafites. Posteriormente, o SAMO virou um epitáfio “SAMO IS DEAD”, escrito nas paredes de construções da SoHo nova-iorquino.

Em 78, Basquiat fugiu de casa e passou a viver com amigos, ganhando a vida através da venda de camisetas e postais que confeccionava. No ano seguinte, ganhou status de celebridades na cena de arte de East Village, Manhattan, após aparições recorrentes em um programa de tevê. No ano de 1982, começou a ser visto frequentemente com Julian Schnabel e David Salle colecionadores e especialistas em arte que outrora seriam denominados “neoexpressionistas”. Nesta época, conheceu Andy Warhol, artista mundialmente conhecido em diversos âmbitos, com quem produziu ostensivamente e cultivou amizade. A famosa revista estadunidense The New York Times, no dia 10 de fevereiro de 1985, dedicou uma edição inteiramente a Basquiat, a partir deste acontecimento, diversas exposições internacionais nas principais cidades da Europa foram realizadas.

No ano 1988, aos 27 anos, Basquiat faleceu devido a uma overdose recorrente de um coquetel de drogas que ingeriu em seu estúdio. Um filme em homenagem a ele foi realizado, dirigido por Julian Schnabel, e com Basquiat interpretado por Jeffrey Wright.