mar 17, 2015 Notícias
Conforme entrevista ao Valor Econômico, Eike Batista acredita na sua recuperação. O empresário que já foi o 7° homem mais rico do mundo, também comentou sobre a derrocada de seus negócios e admitiu erros estratégicos. Além da estimativa atual de patrimônio negativo de US$ 1 bilhão, Eike ainda enfrenta acusações judiciais de manipulação de mercado e uso de informação privilegiada.
A única fonte de renda do empresário hoje é uma mesada anual de US$ 5 milhões fornecida pelo fundo soberano Mubadala de Abu Dhabi, sócio de Eike Batista desde 2012. O declínio do império das empresas “X”, letra sempre presente no nome das organizações controladas por ele, começou ainda em 2012, quando cronogramas deixaram de ser cumpridos e metas de serem atingidas, o que provocou descrença dos investidores e queda das ações na Bolsa.
O golpe fatal na fortuna de Eike Batista veio em julho de 2013, quando a petroleira OGX, uma das principais empresas do empresário, noticiou que não seguiria adiante com a exploração de petróleo na Bacia de Campos. Em seguida vieram o rebaixamento da nota da petroleira por agências de risco e a concretização de um calote de US$ 44,5 milhões a credores estrangeiros. A partir de então, segundo a Forbes, o empresário passou a acumular perda de US$ 2 milhões por hora, o que levou inclusive a Bolsa de São Paulo a modificar o cálculo do seu principal índice, o Ibovespa, depois de 45 anos, para reduzir o impacto de grandes empresas no pregão.
Com a maior parte de suas empresas entregues como garantias aos bancos credores, o empresário atualmente é acionista minoritário das empresas que não vendeu. De acordo com a entrevista publicada pelo Valor Econômico, Eike Batista acredita na sua recuperação. Ele disse que sua recuperação depende apenas de encontrar os investidores certos. Durante diversos momentos da entrevista, Eike utilizou a expressão “I’ll be back” (eu vou voltar, em inglês), expressão ameaçadora popularizada por Arnold Schwarzenegger, no filme “O Exterminador do Futuro”.
Fiscalizado durante as quase cinco horas de entrevista por dois advogados, para que não fizesse comentários sobre a ação na qual é réu, onde ambas as acusações são referentes a OGX, o empresário lamentou a guinada para o ramo petrolífero depois de explorar ouro e minério de ferro por duas décadas. Ele lembra que a taxa de acerto média da Petrobras para exploração na Bacia de Campos era de 60% e que como seus outros negócios baseados em fontes esgotáveis duraram bem mais do que o esperado inicialmente, era difícil não acreditar que com o petróleo seria diferente. Segundo o jornal Valor Econômico, o otimismo em relação as reservas de petróleo será o principal argumento da defesa.
Além do excesso de confiança, Eike admite ter cometido um erro estratégico ao não dividir os riscos com outros investidores. Ainda durante a fase de avaliação de riscos, Eike chegou a receber oferta de US$ 7 bilhões por 30% da área explorada pela OGX na Bacia de Campos, mas preferiu manter o perímetro sob seu comando após conselheiros estimarem um valor três vezes maior.
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