Foi-se o tempo em que apartamentos de um milhão de reais reuniam o máximo de luxo e área útil que um imóvel em São Paulo poderia comportar. A tendência agora são os “megacompactos“.
A regra é “quanto menor, mais cobiçado”. A comercialização de apartamentos de um dormitório na metrópole dobrou de 2012 para 2013. São produtos destinados a solteiros, divorciados e pessoas que querem investir a poupança em um imóvel.
Em novembro do ano passado, a incorporadora Vitacon lançou um empreendimento com unidades de 18 metros quadrados na Rua Quatá, que ficará pronto em 2016. Para colocar os cômodos de uma casa comum ali, a empresa investiu em apetrechos como uma cama que pode ser embutida na parede, transformando o quarto em sala. Todas as unidades já foram vendidas, cada uma por R$ 266 mil, ou R$ 14.700 o m².
Mas isso por que foram comercializadas na planta, um imóvel mobiliado e com o dobro do tamanho foi encontrado na Avenida Brigadeiro Faria Lima, por mais do que o triplo do preço. O valor é referente a uma quitinete de 35 metros quadrados localizada no 1º andar de um edifício residencial com previsão de entrega para maio. Preço: R$ 1 milhão e 100 mil
A explicação está na preferência por apartamentos mais funcionais, perto do trabalho e que compensam nas áreas comuns. Com o trânsito há muito tempo caótico da cidade, morar perto do serviço evita stress e perda de tempo no deslocamento. O que por sua vez garante mais qualidade de vida e convivência com a família.
Os megacompactos são o novo símbolo da escalada do mercado imobiliário da cidade. Onde uma propriedade comprada por 400 000 reais há sete anos vale hoje mais de 1 milhão de reais. Isso equivale a uma evolução de 172%, quase o triplo do rendimento da poupança.
O novo Plano Diretor em discussão na Câmara dos Vereadores prevê, entre outros pontos, incentivos para empreendimentos perto de estações de metrô e corredores de ônibus. O projeto inclui também um apoio maior para novos prédios com poucas vagas na garagem, possibilitando aumentar a área construída.
Em janeiro, a Fipe registrou uma alta de apenas 0,7% no preço dos imóveis na capital, o menor índice desde 2008. Contudo, existe a previsão de uma evolução dos preços um pouco acima da inflação em 2014, o que tornaria as quitinetes milionárias algo normal daqui a alguns anos.
As informaçõpes são da Veja São Paulo.