abr 24, 2015 Cidades, Notícias
Condenada em 2013, indenização da Shell por contaminação do Rio Atibaia em Paulínia, começa a ser paga. Valor de R$ 200 mi por danos morais coletivos será dividido entre cinco entidades.
A maior parte da indenização da Shell será destinada ao Hospital de Câncer de Barretos, que receberá 69,9 milhões para pesquisa, prevenção, tratamento e educação em oncologia, incluindo um laboratório. O recurso também permitirá equipar quatro carretas que percorrerão o interior do Estado, com mamógrafos, máquina de ressonância magnética e tomógrafos para combater a doença. Os exames feitos nas carretas servirão também de matéria prima para as pesquisas que irão identificar características genéticas e de ocupação de pacientes detectados com algum tipo da doença. A indenização da Shell ainda possibilitará ao Hospital a criação de uma unidade para diagnóstico e tratamento do câncer de mama em Campinas.
O Centro Infantil Boldrini receberá o segundo maior volume de recursos da indenização da Shell, um montante de R$ 19,3 mi. A instituição faz parte de uma pesquisa internacional coordenada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) em oito países. Com incidência de 13 casos por 100 mil nascimentos, a doença em crianças e adolescentes é motivo de preocupação. Na fase nacional da pesquisa, 100 mil crianças serão acompanhadas desde a fase de gestação até os 18 anos. Durante este período serão analisados hábitos alimentares, uso de medicamentos, condições de moradia e até de trabalho dos pais, tudo com o intuito de estabelecer uma relação entre essas informações e a incidência de câncer. A indenização da Shell também deverá ajudar a construir uma espécie de bancos de dados onde ficarão armazenados pedaços da placenta e informações sobre o teste do pezinho como base de informação para pesquisas do câncer. O projeto ainda pode receber novas remessas, uma vez que o orçamento total é de R$ 90 milhões.
Do total da indenização da Shell, R$ 3,6 milhões serão repassados a Fiocruz Rio de Janeiro para pesquisa dos efeitos de agrotóxicos na saúde de trabalhadores das cidades de Rio Verde (GO) e Casimiro de Abreu (RJ). A Universidade Federal da Bahia e a Fundacentro receberão R$ 1,5 milhão para avaliar a exposição de trabalhadores ao amianto e seus efeitos à saúde. A menor parte da indenização da Shell, R$ 1,5 milhão, será destinada também para pesquisa dos efeitos de agrotóxicos sob responsabilidade coordenada pela Fiocruz Pernambuco nas lavouras locais.
Para mais detalhes sobre o caso acesse o site do Ministério Público do Trabalho