abr 01, 2015 Notícias
Horta na Lapa que ocupa um espaço de aproximadamente 70 m² na esquina das ruas João Tibiriçá e Barão de Itaúna é motivo de discórdia no bairro. Antes ocupado por mato e lixo, área recuperada por alguns moradores da região é criticada por outros principalmente pelo plantio de capim-santo no meio da calçada.
Há pouco mais de um ano atrás, apenas com a autorização verbal do subprefeito, que não é mais o mesmo, um grupo de moradores resolveu revitalizar um canteiro tomado pelo mato e por entulho e transformá-lo em uma horta na Lapa. A nutricionista Neide Rigo, expoente do projeto, visita o local diariamente e participa do mutirão que acontece todo segundo domingo do mês para cuidar da horta e confraternizar com vizinhos. Mesmo promovendo um abaixo-assinado on-line e no bairro para obter apoio à horta na Lapa, Neide anunciou ter desistido de adotar o local oficialmente. A nutricionista justificou a desistência dizendo que o grupo vai continuar cuidando do espaço, mas que uma única pessoa não pode responder por qualquer irregularidade que ocorra na ausência de algum representante do grupo. De acordo com o Programa “Praças Mais Cuidadas” criado pela prefeitura no ano passado para desburocratizar a adoção de áreas verdes, o cadastro de um responsável é obrigatório.
Entre os tipos de plantas cultivadas na horta da Lapa estão ervas aromáticas, medicinais, melíferas e ornamentais. Incluindo ainda espécies alimentícias não convencionais, como mangarito, beldroega, vinagreira, araruta, minipepino, feijão guandu e feijão mangalô. Até mesmo flores comestíveis como cosmus, malvaviscos, capuchinhas e jambu estão disponíveis para todos os moradores. Para ajudar na polinização das flores e manter o jardim saudável, um apiário de abelhas nativas Jataí, sem ferrão, foi colocado no local. Apesar de tanta diversidade, uma parcela dos moradores preocupa-se mesmo é com o capim-santo plantado entre as lajotas da calçada.
Mediante as reclamações de que o capim-santo estivesse atrapalhando a mobilidade, a subprefeitura informou que irá remover a planta, mesmo após o grupo argumentar que as dimensões do passeio estão dentro da lei. Contudo, não é só o capim-santo que pode ser removido. O manejo da horta na Lapa, mesmo que apenas para uso comunitário precisa de autorização oficial. Exigência com a qual Neide não concorda por “burocratizar iniciativas que estão dando certo sem papel”.
Quando questionada pelo Portal São Paulo se adotar a praça oficialmente, mesmo sendo contra a burocratização, não seria melhor do que perder o local revitalizado, Neide responde: “vamos ver no que vai dar. De todo jeito, ninguém vai nos impedir de cuidar da praça. Podem derrubar tudo o que tem lá, mas vamos continuar cuidando do que restar – as árvores não vão poder tirar. E também não vão poder impedir de o cidadão frequentar o lugar – a reunião de pessoas é o que mais incomoda os reclamantes. A sorte é que há muita gente legal por aqui. Só 3 ou 4 pessoas raivosas – o problema é que elas pesam muito”.
Para saber mais e acompanhar a discussão acesse o blog da horta na Lapa.
Você também pode colocar seu nome em apoio à causa assinando o abaixo-assinado on-line.
Localização da polêmica horta na Lapa: