jan 26, 2015 Notícias
Manifestantes pela independência de São Paulo reuniram-se em frente ao Obelisco símbolo da revolução constitucionalista de 1932 na manhã de domingo, dia 25 de janeiro, data em que a cidade comemorou 461 anos.
Pouco menos de 20 pessoas demonstraram seu desejo pela independência do Estado de São Paulo, por um “país” menos inchado por imigrantes e livre do “colonialismo de Brasília”, que segundo o grupo, suga os R$ 400 bilhões produzidos anualmente pelo Estado para patrocinar a sua corrupção.
Formado em 1992, o Movimento São Paulo Independente foi rearticulado recentemente através das redes sociais. A primeira atitude do grupo é requerer a troca do hino do Estado. A intenção é colher assinaturas para substituir o Poema dos Bandeirantes pelo Hino Constitucionalista de 1932. Contudo, ainda parece não haver apoio político. O Coronel Telhada (PSDB), que no período seguinte às eleições defendeu a separação do Brasil em norte e sul, é um ponto de referência para o grupo, mas segundo os manifestantes não apoia a independência de São Paulo.
Em reuniões públicas o Movimento esclarece que não se trata de uma iniciativa neonazista ou xenófoba, a luta é por uma legislação penal própria, incluindo regras objetivas e claras de imigração. Com 40 milhões de habitantes no Estado, os manifestantes esclarecem que com a independência de São Paulo seria mais fácil organizar uma progressão demográfica em níveis controlados.
O movimento é apartidário, e deixa claro que todos os governadores de São Paulo utilizam o Estado como trampolim para a presidência. Perguntado pela Folha se lutar pela independência de São Paulo não parece inconsequente frente a crise hídrica que força a busca por água em rios federais, o líder do Movimento, Júlio César Bueno, um professor de história de 24 anos. tem uma resposta prática. Segundo ele, com os R$ 400 bilhões produzidos anualmente por São Paulo, a maior participação estadual nas riquezas do país, é possível dessalinizar a água, como faz Israel. Para ele, se há dinheiro é possível comprar água.
Ao contrário das manifestações que surgiram após as eleições, querendo dividir o país em norte e sul, o Movimento pela independência de São Paulo quer o separatismo por motivos mais profundos do que simplesmente o repúdio pelos eleitores da presidente Dilma Rouseff. Contudo, parece ignorar que segundo o artigo onze da Lei de Segurança Nacional, “tentar desmembrar parte do território nacional para constituir país independente” é crime com pena de reclusão de quatro a 12 anos.