nov 28, 2014 Notícias
Em meio a crise do abastecimento de água, algumas iniciativas independentes colocam mãos à obra para revitalizar os rios de São Paulo.
Uma dessas atitudes é a do coletivo Ocupe & Abrace, responsável pela revitalização da praça Homero Silva, na Pompeia, há cerca de um ano e meio. Preocupados com o abandono do parque na zona oeste, que estava virando alvo da violência, moradores do bairro descobriram duas nascentes do Rio Água Preta enquanto limpavam o local. A descoberta foi tão inusitada que a Praça foi popularmente rebatizada de Praça da Nascente.
Um dos participantes da ação na Praça da Nascente era o corretor de seguros Adriano Sampaio, que atualmente revela outros cursos d’água em sua página no Facebook chamada “Existe Água em SP”. O “caçador de nascentes” dos rios de São Paulo parte de um princípio muito simples: a sobreposição de um mapa da cidade de 1930 e um mapa atual.
Da descoberta das nascentes nasceu também o Bloco do Água Preta, que sai depois do carnaval dançando sobre o percurso soterrado de um dos “novos” rios de São Paulo. Parte dos integrantes do bloco foi ainda mais longe e passou a identificar os cursos d’água na cidade com a inscrição: “Aqui passa um rio”.
Todo esse esforço para encontrar os rios de São Paulo tem como guia, de alguma forma, a afirmação do geógrafo e fundador da iniciativa Rios e Ruas, Luiz de Campos Jr.: “Em nenhum lugar da cidade você está a mais de 200 metros de um curso d’água”. O grande problema está no intenso processo rodoviário que soterrou os leitos e hoje impede sua utilização.
Para responder essa pergunta, o Coletivo Escafandro criou um mapa colaborativo dos rios de São Paulo chamado “Rios (in)visíveis”. No site do grupo é possível encontrar leitos espalhados por toda a cidade e descobrir como estes rios ocultos possibilitaram que a cidade prosperasse mesmo longe do mar: http://bit.ly/1pvWUnd
Vídeo sobre como encontrar uma nascente em São Paulo da iniciativa Rios & Ruas:
Na foto da capa, o Córrego Pirarungáua, revitalizado em 2008. A ação fez parte de projetos que buscam revelar leitos soterrados. O processo de reabertura do córrego quintuplicou a visitação ao Jardim Botânico, onde suas nascentes estão localizadas.