nov 27, 2014 Notícias
De acordo com a Folha de São Paulo, em frente ao Tribunal de Justiça de São Paulo, no Edifício 9 de Julho, que fica na rua Conde de Sarzeda número 100, existe água. O mesmo acontece no subsolo de muitos outros prédios que foram construídos sobre lençol freático.
Em todo o país é comum edificações de fundações profundas bombearem água do lençol freático para a rua, evitando o alagamento de suas bases. Em São Paulo, o Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica) controla estas reservas subterrâneas. No entanto, o descarte não requer nenhuma formalização junto a instituição. O Departamento entende que tal processo é fundamental para manter a estrutura do prédio e não exige que a água seja aproveitada. Contudo, no atual contexto de falta de recursos hídricos, utilizar conscientemente o reservatório dos lençóis freáticos é uma ótima saída. Segundo o Cepas (Centro de Pesquisa de Águas Subterrâneas) da USP, atualmente existe uma reserva capaz de dar vazão a 16 mil litros de água por segundo nos aquíferos da região metropolitana.
Atentos a isso, alguns prédios construídos sobre lençóis freáticos, armazenam parte da água drenada em reservatórios. A Cetesb (companhia ambiental de SP) atesta que a água proveniente dos lençóis freáticos não é considerada boa para beber e deve ser armazenada em local diferente da água potável da Sabesp. Mas que tomando esses cuidados, essa água pode e deve ser usada para atividades como lavagem de calçadas, pátios, carros, rega de jardins e até como descarga sanitária.
Em alguns pontos da cidade a vazão é de 66,6 litros por minuto. E toda essa água pode ser armazenada após um simples cadastramento no Daee. Se o reservatório acumular mais de 5.000 litros por dia é necessária também a outorga do Departamento. Reaproveitando os recursos do lençol freático é possível destinar toda a água da Sabesp para consumo individual, diminuindo os prejuízos com a escassez e aumentando o desconto sem que seja preciso enfrentar tantas limitações práticas.
De acordo com o geógrafo Luiz Campos Jr., da iniciativa Rios e Ruas: “Não existe nenhum lugar da cidade em que você esteja a mais de 200 metros de um curso d’água”. Para comprovar isso acesse o site Rios (in)visíveis criado pelo Coletivo Escafandro.
Foto de capa: Apu Gomes/Folhapress