O Museu do Videogame Itinerante é o primeiro museu de jogos eletrônicos do país.
Ainda sem data definida para chegar a cidade, o Museu do Videogame Itinerante acaba de ser reconhecido pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), entidade do Ministério da Cultura. Com um acervo de 215 consoles e 60 mil jogos, o novo museu percorrerá o país em 2015.
A coleção pertence ao mato-grossense Cleidson Lima e vem sendo montada a cinco anos. Após quatro exposições no shopping Bosque dos Ipês, em Campo Grande, atraírem mais de 600 mil visitantes, Cleidson resolveu buscar apoio do MinC para o Museu do Videogame Itinerante.
Entre as peças reconhecidas como parte da cultura museológica está o Magnavox Odyssey, de 1972, o primeiro videogame fabricado no mundo, a esquerda na foto. A relíquia encontrada em um brechó hippie em San Francisco (EUA) foi adicionada a coleção pela fortuna de US$ 15. Outro marco da história dos videogames foi o Fairchild Channel F, de 76, o primeiro do mundo a aceitar cartuchos. Anteriormente as opções de jogos eram limitadas aos títulos disponíveis na memória do aparelho.
A Coleco, marca popular nos anos 70 aparece na coleção do Museu do Videogame Itinerante com consoles como o triangular Telstar Arcade, de 77. Versatilmente, cada lado do aparelho possibilitava controle para um tipo específico de jogo: direção para jogos de corrida, arma para jogos de tiro e controle para jogos pong, como o tradicional tênis de mesa popularizado pela rival Atari um ano antes. Também de 77, o Telejogo Philco Ford, o primeiro videogame fabricado no Brasil, faz parte da exposição.
Entre outros destaques estão o Microvision de 79, o primeiro portátil a usar cartucho, e de 95 o Nintendo Virtual Boy, o primeiro com jogos em 3D e o Bandai Pip Pin Atmark, o único do segmento criado pela Apple. As criações mais intrigantes são o Action Max, de 87 e o Robô ROB (Robotic Operating Buddy) de 85. O primeiro, um videogame que dependia do videocassete para funcionar, pois seus únicos cinco jogos, todos de tiro, eram em VHS. O segundo, um robozinho que vinha junto com algumas edições especiais do Nintendinho 8 bits.
O Museu do Videogame Itinerante nos apresenta também o elo perdido para os videogames de hoje, o Philips CD-i, de 1991. Após rejeitar oferta da Sony para a produção do Playstation, a Nintendo adotou o padrão CD-i, licenciou seus personagens para Philips e fracassou. O CD-i pretendia disponibilizar cds interativos com aplicativos educacionais, musicais e jogos. Os mesmos recursos interativos de um computador em um videogame. Mas a tecnologia bem sucedida foi mesmo a do projeto paralelo, o Super Nintendo. A partir daí, a história já não é mais tão desconhecida assim.
Todas as relíquias do Museu do Videogame Itinerante trazem nome, data de lançamento e detalhes técnicos dos aparelhos. Alguns consoles antigos trazem também vídeos com comerciais de época e detalhes de como funcionavam. Mais do que motivos de apreciação, os consoles do Museu do Videogame Itinerante não estão ali só para serem admirados. São cerca de 30 aparelhos, desde os mais antigos até os mais modernos, como o PS4 e o Xbox One, prontos para jogar. De todos estes, o Atari 2600 é o preferido de Cleidson. O primeiro videogame a gente nunca esquece.
Cleidson, que além de jornalista e curador do museu é testador de jogos, oferece no Museu do Videogame Itinerante visitas guiadas, pequenas oficinas e palestras sobre a história dos games. Tudo é organizado por meio de parcerias que possibilitam o acesso gratuito à exposição. PlayStation Brasil, Intel, Ubisoft, Oi e Kingston, são algumas das apoiadoras.
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